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Segunda doença neurodegenerativa mais comum no planeta, atrás apenas do Alzheimer, a doença de Parkinson é conhecida pelos tremores involuntários e afeta a habilidade cerebral de controlar os movimentos do corpo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição atinge 1% da população mundial acima de 65 anos e, no Brasil, esse grupo estimado é de 200 mil pessoas.
A Associação Brasil Parkinson (ABP), entidade sem fins lucrativos criada em 1985 para atender portadores da doença, alerta que, além dos sintomas clássicos (rigidez, lentidão dos movimentos, tremor de repouso e instabilidade postural), os primeiros sinais da condição podem aparecer muitos anos antes do início dos sintomas motores e corroborar para o diagnóstico definitivo. Prisão de ventre, sono agitado, perda de olfato e sintomas depressivos são alguns dos indícios não-motores da doença de Parkinson.
Vale destacar, porém, que a presença de um ou mais desses sinais não significa necessariamente que a pessoa tenha Parkinson. Mas, se persistirem a orientação é buscar ajuda especializada de um neurologista.
Diagnóstico e tratamento
Uma das formas de diferenciar o Parkinson de outras doenças é através da ressonância magnética do cérebro, pois outros diagnósticos podem gerar sintomas parecidos, como acidente vascular cerebral, hidrocefalia e lesões intracranianas expansivas.
Apesar de a doença não ter cura, ela pode e deve ser tratada. O tratamento, contudo, não impede a progressão [da doença], mas pode controlar os sintomas. Para isso, são usados medicamentos, em geral comprimidos tomados em casa. O mais eficaz é a Levodopa. Normalmente começamos com uma dose pequena, de 300mg por dia, e aumentamos gradativamente, de acordo com a evolução da condição. A prática de fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e atividade física também são aliados no controle da enfermidade.
Já a cirurgia, chamada DBS, sigla em inglês para “Estimulação Cerebral Profunda”, pode ser necessária em alguns casos. Ela é indicada para pacientes que tiveram complicações do tratamento associadas à doença avançada, e consegue melhorar bastante a qualidade de vida.
Por fim, uma última informação também importante: por mais que a doença de Parkinson seja multifatorial (envolve fatores ambientais, estilo de vida, herança genética, neuroinflamação, além de depósito de proteínas mal formadas dentro dos neurônios), existem sim alguns fatores de proteção, baseados principalmente em melhores hábitos de vida, como a realização de atividade física de média a alta intensidade e até mesmo o consumo regular de café. Vale dizer, porém, que a associação desses hábitos não garante proteção absoluta.
Caroline Aguiar – neurologista