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Hoje, Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial, deixo um importante alerta: Dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) estimam que aproximadamente 33% da população adulta no Brasil sofre com a doença. Desse montante, apenas 20% controla a evolução do quadro regularmente. Quando a comorbidade é contabilizada na população acima dos 60 anos, o número de hipertensos é ainda mais alarmante: fica em torno dos 65%. Além disso, 45% das mortes por doenças cardiovasculares no Brasil estão associadas à hipertensão.
A hipertensão é uma condição crônica caracterizada por uma pressão arterial maior ou igual a 140 x 90 mmHg, que se mantém em várias medições, de forma persistente, feitas em dias diferentes. Em condições normais, o índice fica em 120 x 80 mmHg. Esse aumento da pressão arterial ocorre quando os vasos sanguíneos ficam mais rígidos e perdem a elasticidade, o que faz com que o coração precise fazer mais força para bombear o sangue por todo o corpo. Os sintomas, apesar de pouco frequentes, podem surgir quando a pressão é muito superior à normal, incluindo enjoos, tonturas, cansaço excessivo, visão embaçada, dificuldade para respirar ou dor no peito, por exemplo. Tal aumento na pressão das artérias pode levar à má-condução do sangue para os chamados “órgãos-alvo”, como o coração, rins e até mesmo o cérebro. As vezes as lesões causadas virão no futuro.
A grande maioria dos casos são de hipertensões primárias, nas quais a pessoa se torna hipertensa por vários fatores. Casos menos frequentes são as hipertensões secundárias, as vezes causadas por alguma doença renal ou problemas endócrinos. Dentre os fatores principais que causam a doença, estão a genética (pessoas com familiares próximos hipertensos possuem maior probabilidade de adquirirem a comorbidade), obesidade e alimentação rica em sódio.
É importante ainda destacar que um dos grandes problemas enfrentados pela atual geração adulta passa pela pressão e estresse do dia a dia, fatores sociais que também podem corroborar para o aparecimento da hipertensão.
O diagnóstico da doença passa principalmente pela realização periódica dos chamados exames de rotina, já que a hipertensão, na grande maioria dos casos, é uma doença silenciosa. Às vezes é muito difícil convencer um paciente assintomático a se tratar, mas é importante, pois mesmo assintomática, estamos falando de uma enfermidade que pode causar vários danos aos órgãos vitais se não for tratada. Por isso o diagnóstico e tratamento precoce são essenciais, podem salvar vidas.
O tratamento da hipertensão acontece, na grande maioria dos casos, por meio de medicamentos, mas é fundamental ter uma vida saudável aliada às terapias medicamentosas. É importante ainda mudar os hábitos do paciente. Alguns fatores não são modificáveis, mas outros como dieta e atividade física devem ser colocados em primeiro lugar.
Logo, é importante entender que a mudança de hábitos de vida serve não apenas como tratamento, mas também como meio de prevenção à doença, que junto do diabetes, é um dos principais fatores de risco para a saúde no Brasil. É importante se conscientizar para se prevenir.
Rodrigo Lanna – Cardiologista