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De acordo com os dados apresentados pela Fundação do câncer, 65,8% das mulheres diagnosticadas com o câncer de colo de útero no Brasil iniciam seu tratamento de maneira tardia, após os 60 dias (prazo legal). Tal situação é preocupante ao passo que tratamentos feitos com maior atraso podem ser menos eficazes e tendem a dificultar uma possível cura da doença. A preocupação com a doença leva também em consideração a existência de uma vacina que protege da doença, mas que ainda não conseguiu extingui-la.
Causado pelo Papilomavírus Humano, popularmente conhecido como HPV, o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, sendo também a terceira maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do INCA e do Atlas de Mortalidade por Câncer. Entretanto, a vacina implementada pelo Ministério da Saúde para meninas de 9 a 14 e meninos de 11 a 14 anos, é eficaz contra quatro tipos do HPV, sendo dois deles os responsáveis pelo câncer de colo de útero. Além da vacina, é preciso se atentar a outros meios de prevenção da doença.
A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame citopatológico de Papanicolaou realizados regular e periodicamente são recursos essenciais para o diagnóstico do câncer de colo de útero. Na fase assintomática da enfermidade, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.
Primeiros sinais e sintomas da doença não podem ser ignorados e exigem acompanhamento médico imediato. É importante se atentar para sangramentos vaginais, especialmente após relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa; corrimento vaginal (leucorreia) de cor escura e com mau cheiro. Já em estágios mais avançados, podem aparecer massas palpável no colo de útero e hemorragias, além da obstrução das vias urinárias e intestinos.
Uma vez já diagnosticado, o câncer de colo de útero tem tratamento variável, a depender de diversos fatores. O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
Nem sempre o HPV irá causar câncer, mas que prevenção nunca é demais. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica do exame preventivo.
Miriam Cristina Andrade – Ginecologista
Daiana Ferraz – Oncologista