Central de Atendimento


Hemominas acumula 570 mil doadores de medula óssea nos últimos 22 anos

Como instituição responsável pelo cadastramento de candidatos à doação de medula óssea em Minas Gerais, a Fundação Hemominas já registrou, desde o ano 2000, quando assumiu a responsabilidade pelo serviço, cerca de 570 mil doadores potenciais em todas as suas unidades. O número, apesar de bem-vindo, ainda é pouco satisfatório, visto que a chance de se encontrar um doador compatível é de 1 a cada 100 mil pessoas. Por isso a necessidade, sempre constante, de aumentar esse cadastro bem como o interesse das pessoas pela causa.

Esse tipo de transplante, pode beneficiar o tratamento de diversas doenças, sejam elas hematológicas, oncológicas ou autoimunes, em diferentes estágios e faixas etárias. Em alguns casos, ele [o transplante], inclusive, é a única possibilidade de vida do paciente. Em 25% das situações é possível achar um doador parentado, em geral um irmão ou um dos pais. Havendo um irmão totalmente compatível, este será a primeira escolha. Do contrário, inicia-se a busca de alternativas nos bancos de medula óssea. O principal deles é o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Vinculado ao Ministério da Saúde, ele conta com mais de cinco milhões de doadores cadastrados e é o terceiro maior banco desse gênero no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e Alemanha.

Entre os requisitos necessários para ser doador de medula óssea, é preciso ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Já a retirada da medula é feita em centro cirúrgico, com anestesia geral ou peridural. Em seguida o tecido é extraído da região da bacia por meio de punções. Após o procedimento, o doador pode sofrer com alguns desconfortos leves a moderados, porém resolvidos com o uso de analgésicos.

Além do método tradicional, existe hoje outra maneira de se retirar a medula óssea, conhecida como “coleta por aférese”, que combina o uso de medicamentos e o uso de máquina. Neste caso, o doador usa uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco, (as mais importantes para o transplante de medula óssea), circulantes no sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia ou por um cateter implantado. Entretanto, a escolha do método depende de cada caso.

Por fim, não posso deixar de reforçar sobre a importância do procedimento, já que ele pode salvar vidas, e não afeta a saúde ou a vida de quem doa. O maior gargalo quando se fala em doação de medula óssea é a divulgação do processo, ainda pouco conhecido de forma geral. Existe ainda uma baixa conscientização da necessidade dessa doação, além de não ser um hábito orientado e ensinado desde o ensino básico.

O que é a medula óssea

É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. Todos com funções extremamente vitais:  Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo nosso organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos, por sua vez, são os agentes mais importantes do sistema de defesa, pois atuam combatendo infecções. Já as plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

Serviço:

Em Minas Gerais, o cadastramento de candidatos a doadores de medula óssea é feito pela Fundação Hemominas.

Informações: (31) 3768-7450

 

                                                                                                                            Gustavo Magalhães, hematologista