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Cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia

No mês de março é comemorado o Dia Mundial do Sono (15/03), data dedicada para destacar a importância do sono para a saúde e o bem-estar. Em meio a uma sociedade cada vez mais agitada e estressante, a insônia, doença caracterizada pela perda do sono frequente é cada vez mais comum.

Dados coletados pela Associação Brasileira do Sono (ABS), mostram que em média 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono, o que representa cerca de 46% da população. As pessoas que utilizam telas não só como celular e tablets, mas também televisão ou computador, principalmente no quarto, possuem maior propensão para insônia ou avanço de fase de sono. Isso acontece porque o estímulo luminoso emitido por estes aparelhos é captado pela nossa retina, através do feixe retino-hipotalâmico e é enviada uma informação de que está claro (ou seja, que devemos acordar) para o nosso “relógio biológico” no cérebro, representado pelo núcleo supraquiasmatico, essa região do nosso cérebro é muito primitiva e não é capaz de diferenciar a luminosidade destes aparelhos da luz solar.

Dentre os impactos da insônia no organismo, os indivíduos que sofrem com essa condição estão mais propensos a transtornos psiquiátricos como depressão e ansiedade. O ganho de peso também é bem comum nesses casos, uma vez que a falta de qualidade do sono pode afetar na liberação hormonal de cortisol. Uma criança, por exemplo, poderá adquirir uma estatura menor do que o esperado quando adulta, devido ao transtorno influenciar na liberação do hormônio de crescimento.

Além desses efeitos já mencionados, a falta de uma boa noite de sono e consequentemente de cortisol pode causar ao paciente alteração do humor, irritabilidade, desatenção e outros déficits cognitivos. É durante o sono que as informações adquiridas ao longo do dia são consolidadas. É nesse momento que armazenamos aquilo que é relevante, logo, se não temos um sono de qualidade, nos tornaremos pessoas “mais esquecidas”. Além de evitar o uso de telas, praticar atividades física, alimentar-se de forma mais leve à noite, dormir em ambiente totalmente escuro e sem ruídos; evitar cafeína após o meio dia são medidas fundamentais para aqueles que desejam ter um sono de qualidade.

Jéssica Rodrigues, Neurologista