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Hipertensão afeta quase 30% dos brasileiros e cresce com a idade

O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado no mês de Abril, chama atenção para os riscos da chamada “pressão alta” — condição silenciosa que pode levar a complicações graves como infarto, AVC, insuficiência renal e até morte súbita.

De acordo com o Vigitel 2023, levantamento da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, a hipertensão afeta cerca de 27,9% da população brasileira. O diagnóstico médico é mais frequente entre mulheres (29,3%) do que entre homens (26,4%) nas 27 capitais do país. Ainda segundo a pesquisa, a prevalência aumenta com a idade e diminui conforme o nível de escolaridade, apontando para a necessidade de políticas públicas que promovam a saúde e ampliem o acesso à informação e ao cuidado.

A hipertensão arterial é uma doença multifatorial, ou seja, pode ser influenciada por diversos fatores. Entre os principais fatores de risco estão o sedentarismo, a dieta rica em sódio (sal), a obesidade e o sobrepeso, o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, o estresse crônico e a baixa ingestão de potássio.

Vale destacar que hipertensão é considerada uma “doença silenciosa”, pois, na maioria dos casos, não causa sintomas até se tornar grave ou complicada. Alguns pacientes podem apresentar cefaleia, visão turva e tontura, mas esses sinais aparecem apenas em estágios mais avançados da doença.

Os principais riscos da hipertensão, incluem complicações graves como AVC, infarto, doença renal, insuficiência cardíaca, arritmias, demências e disfunção erétil. Essas complicações podem ocorrer devido a mecanismos como disfunção endotelial, formação de aneurismas, ruptura de artérias e agravamento da aterosclerose.

Em relação ao tratamento medicamentoso, ele é indicado para pacientes pré-hipertensos (PA entre 130-139 e/ou 85-89) de alto risco ou para aqueles com hipertensão (PA ≥ 140×90), independentemente do risco cardiovascular. Esse tratamento deve ser acompanhado ao longo do tempo, ajustando-se conforme a resposta do paciente e a evolução da condição.

Mudanças no estilo de vida são cruciais para a prevenção e controle da hipertensão. Adotar uma dieta equilibrada com baixo teor de sódio, praticar exercícios físicos regularmente, mantendo uma rotina de pelo menos 150 minutos semanais, e manter um peso saudável são passos fundamentais. Além disso, é importante reduzir o consumo de álcool, evitar o tabagismo e adotar técnicas de controle do estresse, como meditação ou yoga, para melhorar a qualidade de vida e reduzir os riscos associados à hipertensão.

Alex Araújo – Cardiologista do Hospital Semper