O Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, celebrado nesse mês de setembro, destaca a importância de prevenir essa doença grave, que pode causar complicações como a embolia pulmonar.

De acordo com o último levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, mais de 489 mil brasileiros foram internados para o tratamento de tromboses venosas profundas entre janeiro de 2012 e agosto do ano passado.

Quando se fala em trombose, geralmente se refere à trombose venosa profunda dos membros inferiores. Essa condição é comum e importante porque pode evoluir para uma embolia pulmonar, na qual o coágulo se desprende da perna e se desloca até o pulmão.

A trombose com embolia pulmonar é uma das principais causas de mortalidade entre pacientes hospitalizados. Fora do hospital, a trombose também é frequente, sendo uma causa comum de afastamento do trabalho e podendo deixar sequelas na perna.

Os sintomas da trombose são variados e os fatores de risco são diversos e acumulativos. Em pacientes acamados, a trombose muitas vezes passa despercebida devido à falta de movimentação, sendo detectada apenas em estágios mais avançados. Já em pessoas ativas ou viajando, 90% dos casos apresentam dor e sensibilidade na panturrilha, com edema comum. Os principais fatores de risco incluem imobilização prolongada (fraturas, gessos, pós-operatórios), viagens longas, obesidade, sedentarismo, uso de hormônios, varizes, tabagismo e anabolizantes.

Alguns jovens, mesmo sem fatores de risco aparentes, podem desenvolver trombose devido a “trombofilias”, doenças genéticas ou adquiridas que favorecem a coagulação. Nesses casos, uma investigação com um angiologista e, em certos casos, o hematologista, é essencial.

Em relação ao tratamento, em caso de suspeita de trombose, ele deve ser iniciado imediatamente, mesmo antes da confirmação por exames, que podem ser demorados.

Com base no exame clínico e histórico do paciente, deve-se iniciar o uso de anticoagulantes. Se os exames confirmarem a trombose, o tratamento continua conforme as orientações médicas; se não, suspende-se o uso dos anticoagulantes.

Para a prevenção, é importante controlar os fatores de risco como a como obesidade e o sedentarismo, por exemplo. Tratar varizes grandes também pode reduzir o risco. Em caso de dúvidas, o médico orientará sobre as medidas preventivas e o tratamento adequado.

Alexandre Pace, angiologista e cirurgião vascular