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Dia Mundial do Sono: Quase 94% dos adolescentes não possuem sono regulado

Adolescentes têm cada vez mais convivido com uma queda na qualidade do sono, o que tem preocupado especialistas em saúde. As causas desse problema estão relacionadas ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos. Segundo estudo publicado pelo periódico científico Nature Human Behavior, 93,5% dos jovens não dormem nem sete horas por noite, fator que pode comprometer o desenvolvimento físico e mental.

Esse comportamento, obviamente, ocorre também no Brasil, já que por aqui, mais de 70% dos jovens passam mais de quatro horas por dia em frente a telas de smartphones e computadores. Com isso são acometidos por diversos problemas, entre eles a insônia. Essas atividades, quando realizadas durante um período muito longo, podem alterar o ritmo circadiano, ritmo normal de funcionamento do cérebro, que compreende a luz do sol como o momento de acordar e o anoitecer como a hora de repousar. Isso significa que ao estarmos em plena atividade, durante à noite, sob uso intenso de luz, nosso cérebro vai entender que ainda não é o momento de dormir. Com isso, passamos mais tempo acordados até altas horas da madrugada e no dia seguinte, o resultado é a sonolência.

Vale lembrar que noites mal dormidas podem causar desde alterações de humor, aumento dos riscos de depressão e ansiedade, problemas de memória, à queda de atenção e aprendizado. Repetidamente, o déficit de sono pode ainda afetar o desenvolvimento do próprio cérebro.

Para reverter essa situação, recomendo disciplina no uso dos dispositivos móveis, de modo que assim seja possível garantir uma rotina de sono saudável. O melhor a fazer é evitar o uso deles antes de dormir. Além disso, é importante que os pais estejam atentos e ajudem a estabelecer essas rotinas em casa. Eles devem ser os primeiros a dar o exemplo com regras claras para todos da família. Mas mais importante que normas, é o próprio adolescente entender a importância de uma noite bem dormida, entre sete a oito horas de repouso. Ele precisa compreender que o comportamento oposto impacta na sua saúde e seu desenvolvimento.

                                              Daniel Isoni – Neurologista e Coordenador do Departamento de Neurologia