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Expectativa de vida sobe para 75,5 anos após queda na pandemia

O aumento da vida para brasileiros acima de 75 anos é uma conquista notável, refletindo uma trajetória ascendente na longevidade da população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro alcançou 75,4 anos em 2022, um aumento em relação aos anos anteriores. Esse avanço é multifatorial, sendo influenciado por melhorias nas condições socioeconômicas, avanços na área da saúde e implementação de políticas públicas. A redução da mortalidade infantil, o acesso ampliado a tratamentos médicos, a disseminação de hábitos de vida saudáveis e o controle de doenças crônicas contribuíram para esse cenário positivo.

Entretanto, é crucial analisar esse aumento da expectativa de vida não apenas como uma métrica estatística, mas como um desafio e uma oportunidade para a sociedade. O envelhecimento populacional demanda uma abordagem abrangente, considerando questões como qualidade de vida, assistência médica especializada e inclusão social. Esse estudo foi construído com base no Censo Demográfico de 2022, diferentemente dos anos anteriores, em que a expectativa de vida era calculada a partir de projeções populacionais revisadas em 2018, que eram baseadas no Censo de 2010.

Entretanto, foi notado que as doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, são comuns e podem dificultar a qualidade de vida dessa etária. Problemas articulares, como osteoartrite, e questões neurológicas, como demência, também se tornam mais prevalentes. Além disso, a depressão e a solidão podem ser desafios significativos para muitos idosos também. Avanços na medicina desempenham um papel significativo nesse contexto.

Dessa forma, tratamentos mais eficazes para doenças antes consideradas debilitantes, assim como o desenvolvimento de terapias inovadoras, têm impactado positivamente na saúde da população idosa. No entanto, para que essa expectativa de vida mais longa se traduza em anos saudáveis e produtivos, é essencial investir em políticas específicas para os idosos. Programas de prevenção, acesso facilitado a serviços de saúde, adaptações urbanas para promover mobilidade e inclusão, bem como a promoção de atividades sociais, são elementos-chave para garantir uma velhice digna.

Para além dessas questões, existem ainda fatores importantes como as diferenças significativas nas expectativas de saúde entre homens e mulheres mais velhos. Globalmente, as mulheres tendem a viver mais do que os homens, resultando em uma expectativa de vida mais longa. Isso é influenciado por fatores biológicos, genéticos e hormonais. As mulheres, em média, vivem mais após os 75 anos, enquanto os homens têm uma expectativa de vida um pouco menor.

Entretanto, essa longevidade das mulheres nem sempre se traduz em uma melhor qualidade de vida. Mulheres mais velhas frequentemente lidam com mais condições de saúde crônicas, como artrite, osteoporose e distúrbios autoimunes. Apesar disso, tendem a procurar mais cuidados médicos preventivos e são mais propensas a seguir recomendações médicas. Por outro lado, os homens, embora vivam menos em média, enfrentam riscos elevados de certas condições, como doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.

Em suma, ambas as partes podem melhorar sua qualidade de vida adotando um estilo de vida saudável e buscando cuidados médicos preventivos regularmente, independentemente do sexo.

Aratti Simões – Clínico geral e Geriatra