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Mais de 100 mil pessoas no Brasil vivem com doenças inflamatórias intestinais

Campanha Maio Roxo visa alertar a população sobre a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa

A campanha Maio Roxo tem como objetivo conscientizar a população sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), grupo de enfermidades crônicas que afetam o trato gastrointestinal, com destaque para a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, as formas mais comuns.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 milhões de pessoas vivem com essas doenças no mundo. No Brasil, a estimativa é de que mais de 100 mil pacientes convivam com alguma DII, conforme dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

A Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são doenças inflamatórias intestinais, mas que afetam o trato digestivo de formas diferentes, apresentando, portanto, comportamentos distintos. A Retocolite Ulcerativa atinge apenas o intestino grosso (cólon) e o reto. Já a Doença de Crohn pode afetar qualquer parte do sistema digestivo, da boca ao ânus, e costuma causar inflamações mais profundas, sendo comum o surgimento de fístulas anais.

Em relação ao diagnóstico, a identificação precoce da doença é essencial para um tratamento mais eficaz e para a redução dos riscos de complicações. Sinais como dor abdominal persistente, alterações no hábito intestinal, perda de peso sem causa aparente ou sangue nas fezes não devem ser ignorados. Nesses casos, o ideal é procurar um gastroenterologista ou coloproctologista, que pode solicitar exames como a colonoscopia e a tomografia para investigar os sintomas.

A colonoscopia com biópsia é um dos exames mais importantes para confirmar o tipo e a gravidade da inflamação intestinal. Com o diagnóstico, é possível adotar uma conduta médica mais precisa e personalizada, o que melhora significativamente a qualidade de vida do paciente.

Câncer de intestino

Pessoas com doenças inflamatórias intestinais há muitos anos (geralmente mais de 8 a 10 anos) apresentam maior risco de desenvolver câncer de intestino, especialmente nos casos de retocolite ulcerativa extensa. Existem protocolos de rastreamento específicos para esses pacientes. É fundamental a realização periódica de exames, como a colonoscopia com biópsia, que permite identificar alterações precoces e aumenta as chances de prevenção e tratamento eficaz.

O tratamento varia conforme o tipo e a gravidade da doença. Podem ser utilizados medicamentos como corticoides, imunossupressores e agentes biológicos, inicialmente para controlar a inflamação e, depois, para manter a doença em remissão. Além do uso de medicamentos, é essencial adotar uma alimentação equilibrada e manter hábitos de vida saudáveis, o que contribui significativamente para o controle da doença e o bem-estar do paciente.

Bárbara Mascarenhas, médica endoscopista e cirurgiã digestiva do Hospital Semper