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Brasil registra alta taxa de mortalidade por sepse, com 60% dos casos fatais em adultos

Entre as crianças, são registrados 42 mil casos anuais, dos quais quase 20% resultam em óbito

O Dia Mundial da Sepse, celebrado nesse mês de Setembro, foi criado em 2012 pela Global Sepsis Alliance e tem como objetivo aumentar a conscientização sobre essa grave condição, mobilizando profissionais de saúde e a sociedade para reconhecer os sinais precoces e reduzir a mortalidade.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra cerca de 400 mil casos de sepse em adultos anualmente, dos quais 240 mil resultam em morte, o que equivale a uma taxa de 60%. No caso das crianças, há 42 mil ocorrências por ano, com 8 mil mortes, o que corresponde a 19%.

A sepse, na verdade, é uma síndrome, uma resposta exacerbada e desregulada do corpo após uma infecção. Ela é desencadeada por um microrganismo, que pode ser um fungo, vírus, bactéria ou outro patógeno. Nesse processo, o corpo reage de forma exagerada, resultando no quadro que chamamos de sepse.

Os sintomas podem incluir febre, piora do estado geral, queda da pressão arterial, alteração do nível de consciência (a pessoa pode ficar mais sonolenta ou letárgica), além de disfunções em órgãos como o coração, rins e pulmões.

A sepse pode ocorrer em várias situações, especialmente em pessoas com imunidade mais baixa, como idosos, crianças ou pessoas com comorbidades graves. No entanto, pessoas previamente saudáveis também podem desenvolver a doença, principalmente quando uma infecção não melhora espontaneamente e, ao contrário, vai piorando, levando ao quadro da síndrome.

A prevenção da sepse é desafiadora, pois ela pode ter várias origens, dependendo do órgão afetado ou das condições prévias do paciente. Vacinas, tratamentos anteriores e vigilância dos sintomas são algumas formas de prevenção. O atendimento precoce ao notar piora no quadro de saúde também é essencial.

O tratamento deve começar com o reconhecimento dos sinais e sintomas logo no início, principalmente quando o paciente chega ao pronto-socorro. Nesse momento, pode ser necessário iniciar antibióticos e coletar exames, para identificar o microrganismo causador e direciona-lo para o melhor tratamento.

Leandro Curi, infectologista