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As doenças tropicais, prevalentes em regiões subtropicais, representam um desafio significativo para a saúde global, particularmente em países em desenvolvimento, e são mais recorrentes durante o verão, com aumento das chuvas e o grande número águas paradas em ambientes como vasos de plantas, baldes, vasilhas de animais, piscinas, entre outros. Por essa razão, algumas doenças se tornam mais impactantes, muitas vezes associadas também fatores sanitários e socioeconômicos.
Nesse contexto, é importante lembrar que a mudança na estação torna propício o crescimento de alguns problemas de saúde, relacionados não exclusivamente a proliferação do Aedes aegypti, mas tornando um vetor significativo para algumas doenças tropicais como o Zika Vírus, Dengue e a Chikungunya. Nesse cenário, o Brasil observou um aumento de 1% nos casos de Zika de janeiro até agosto, registrando 7.275 casos em comparação aos do mesmo período de 2022, com uma morte em investigação. A Zika é uma doença viral que causa sintomas como febre, erupções cutâneas, dores musculares e articulares, além de complicações graves que acometem a má formação em fetos quando observadas em gestantes.
Em contrapartida, a chikungunya apresentou um aumento expressivo em Minas Gerais em relação ao mesmo período de 2022, tornando-se ainda mais preocupante com a chegada do verão. A grande maioria da população apresenta sintomas que incluem febre alta, dores articulares intensas, dor de cabeça e erupções cutâneas.
Dessas doenças tropicais, a dengue se destaca por ser uma das doenças mais preocupantes e representa um grande desafio de saúde pública em diversas partes do mundo. Esta arbovirose é causada por quatro sorotipos distintos do vírus da dengue, tornando-se uma enfermidade complexa devido à possibilidade de infecção por mais de uma vez, o que aumenta o risco de complicações graves.
A dengue é caracterizada por sintomas como febre alta, dores de cabeça intensas, dores musculares e articulares, além de manifestações cutâneas. Em alguns casos, a doença pode evoluir para formas mais severas, como a dengue hemorrágica e a síndrome de choque da dengue, que apresentam risco de vida e exigem atenção médica imediata.
Até 2 de dezembro deste ano, o país registrou um crescimento de 15,8% nos casos de dengue, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nesse sentido, até o mês de abril deste ano, o estado de Minas Gerais notificou mais de 248,5 mil novos casos.
É necessário explicar também que o controle da doença envolve medidas como a eliminação de criadouros de mosquitos, aplicação de inseticidas, o uso de repelentes à base de icaridina, a promoção de educação em saúde e, mais recentemente, a vacina desenvolvida contra doença, a Qdenga, do laboratório Takeda que o Ministério da Saúde já vai incorporar com decorrer do próximo ano. A busca por estratégias inovadoras e sustentáveis é essencial para enfrentar esse desafio complexo, protegendo as comunidades vulneráveis e reduzindo o impacto da dengue na saúde pública global. O enfrentamento dessas doenças tropicais demanda esforços coordenados, incluindo medidas preventivas como controle de vetores, saneamento básico, vacinação e acesso a tratamentos eficazes.
A pesquisa contínua é vital para desenvolver estratégias inovadoras, visando melhorar a saúde das populações nas regiões tropicais do mundo. Os sintomas das três arboviroses mais conhecidas têm semelhanças, mas também possuem diferenças significativas, principalmente na evolução do quadro. É necessário a busca médica quando se apresenta qualquer um dos sintomas acima.
Dr. Leandro Curi
Infectologista